Após entendermos um pouco melhor sobre o que são os carboidratos, passamos agora para outro aspecto também relacionado a esse macronutriente: trata-se do seu metabolismo dentro do nosso organismo.
A digestão dos carboidratos tem início na boca, onde a enzima ptialina, também conhecida como α-amilase ou amilase salivar, começa a quebra das moléculas de amido presentes no alimento, sendo hidrolisadas até a formação de dextrinas e maltoses, que são moléculas menores. Durante a ação desta enzima, que ocorre desde a boca até o estômago, onde o pH ácido predominante inativa a ptialina, as ligações entre as moléculas de glicose do tipo α- 1→4 do amido são clivadas.
A digestão dos carboidratos, interrompida pela chegada dos mesmos ao estômago, volta a ocorrer no intestino delgado, sob a ação da enzima amilase pancreática. A maior parte da digestão dos carboidratos acontece no próprio intestino delgado, principalmente no duodeno. Ela não ocorre apenas no lúmen do intestino, mas também em células absortivas, denominadas enterócitos e que estão presentes na superfície epitelial do duodeno. Nesta superfície epitelial encontram-se as enzimas sacarase, lactase e isomaltase, que são responsáveis pela clivagem de três substratos: sacarose, lactose e isomaltose, respectivamente. Ao final do processo de digestão dos carboidratos têm-se os seguintes monossacarídeos: glicose, galactose e frutose. Estes são absorvidos pelo próprio enterócito.
A partir daí, dá-se início ao processo de absorção desses produtos formados na digestão dos carboidratos. Essa absorção baseia-se no transporte dos substratos do lúmen do intestino para o sangue e o sistema linfático, passando pelas células epiteliais da mucosa intestinal.

A glicose que foi absorvida pelas células pode ser utilizada tanto para a produção de energia, através das vias metabólicas, quanto para reserva energética, sob a forma de glicogênio, no caso dos músculos e fígado, ou sob a forma de triacilglicerol, quando se trata de tecido adiposo. Um aspecto que mostra a enorme importância da glicose como fonte para a produção de energia para o organismo é o fato de células neuronais e eritrócitos (hemácias) serem capazes de metabolizar apenas esse substrato, tornando-o, de certa forma, indispensável para o bom funcionamento do organismo.
O órgão responsável por manter a taxa de glicose no sangue é o fígado. Esta função é exercida através da liberação de dois hormônios extremamente importantes para essa regulação: a insulina e o glucagon. O primeiro é liberado na corrente sanguínea quando a concentração de glicose no sangue está muito alta, ou seja, a insulina irá transportar essa glicose para os músculos, e para o fígado, onde será armazenado sob a forma de glicogênio. Já em situações de jejum, há a liberação de glucagon e consequentemente o processo de glicogenólise, que nada mais é do que a degradação do glicogênio em glicose para manter o nível de glicose plasmática.

TIRAPEGUI, J.Nutrição: Fundamentos e aspectos atuais. São Paulo, Atheneu, 2002.
Marzzoco, A. & Baptista, B., Bioquímica Básica, 3ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2007
http://www.rgnutri.com.br/sp/fisiologia/ddc.php
Postado por: Andressa Cristina