segunda-feira, 20 de junho de 2011

Adição de Acúcares

Açúcares são componentes presentes nos alimentos, ou seja, são consumidos naturalmente através deles, ou artificiais que podem ser adicionados a eles.
Há várias definições de açúcares (tab 1)
°         Carboidratos simples: mono e dissacarídeos
°         Carboidratos complexos: polissacarídeos
°   Extrínseco: alimentos com adição de açúcar durante a preparação, processamento ou à mesa
°     Intrínseco: ocorrência natural, encontrados nos alimentos
°         Açúcares totais: naturais + adicionados
Como o esperado por nós, uma dieta saudável e balanceada, já contém a quantidade de açucares para suprir a necessidade do organismo. Mas o que acontece nos dias de hoje é o excesso. A adição de de açúcares nos alimentos industrializados, por exemplo, proporciona uma sensação de prazer ao paladar, incentivando cada vez mais a ingestão daquele alimento. E isso resulta em vários efeitos negativos na saúde do indivíduo.

De acordo com o Departamento de Serviço de Pesquisa Econômica da Agricultura dos EUA, o aumento da adição no período de 1994 para 1995 em calorias diárias foi de 19%.
O instituto Nacional do Câncer (EUA), realizou um estudo de 2001 a 2004 que obtiveram resultados que mostram que o grupo de indivíduos mais afetado é o de indivíduos de 14 a 18, principalmente os do sexo masculino. Ou seja, toda a nova geração, que nasceu em meio à revolução de hábitos alimentares.

Frutose
Originalmente conhecida como adoçante para pessoas com Diabetes Mellitus, por causa da inabilidade de estimular a produção de insulina, a frutose (carboidrato simples, monossacarídeo – encontrado em frutas e mel) tem sido vista com propósitos diferentes. Está diretamente ligada à obesidade e Diabetes tipo 2.
Muitos consumidores se enganam ao pensar que (xarope do amido de milho) é pura frutose, sendo que dela há de 42 a 55% e o resto de açúcar de mesa (composição similar à sucralose).
O departamento de Saúde e Serviços Humanos realizou um estudo sobre bevidas industrializadas, cujo principal ingrediente usado para adoçar é xarope do amido de milho. Os resultados foram espantosos, mostrando que o consumo excessivo atual tem causado epidemias de resistência à insulina, obesidade, HAS, dislipidemia, e Dibetes Mellitus do tipo 2 em indivíduos que por sinal tinha o mesmo perfil: excessivo consumo energético, sobrepeso e dieta pobre em variedade (desnutrição). Concluiu-se que bebidas adoçadas com frutose levam à: dislipidemia, aumento da glicose sanguínea, diminuição da sensibilidade à insulina e aumento da gordura viceral.

Resposta Insulina-Glicose
Muitos fatores influenciam a resposta da glicemia à alimentação, dentre eles:
° Composição do alimento (lipídeos, proteínas, carboidratos, fibras...)
°         Método de preparação e processamento
°         Combinação dos alimentos
°         Fatores fisiológicos como: idade e composição corporal
O controle da glicemia é feito pelo processamento metabólico que remove a glicose do sangue e a leva para dentro das células para produção de energia, através da ação da insulina, num momento pós-prandial. E em um momento de jejum, pela síntese de glicogênio, gliconeogênese e/ou glicogenólise, que levam a glicose para a corrente sanguínea, através da ação do glucagon.
Há crenças de que o consumo de sucralose resulta em um maior aumento da glicemia do que os amidos. Entretanto, o que acontece é que eles têm respostas biológicas diferentes.
Amidos cozidos como arroz pão e batatas têm resposta glicêmica similar à da glicose. Já as não-cozidas são absorvidas bem mais lentamente, com resposta glicêmica mais tardia. Ou seja, a preparação do alimento é o fator chave na resposta glicêmica à alimentação.
Em um estudo sobre alimentação feito em 10 adultos saudáveis. Foi determinada a resposta glicose-insulina para alimentos com  altos níveis de açúcares refinados (1 - chocolate e coca-cola) e outros (2 - amendoins e bananas), que continha quantidades similares de energia e gordura. Resultados: 1 elevou mais os níveis de glicose e insulina do que em 2, mostrando que a resposta não é influenciada pelo fato de o alimento ser sólido ou líquido. A quantidade de fibras foi maior em 2 do que em 1, o que contribui para uma menor resposta pós-prandial da glicose.

O efeitos dos açúcares da dieta na pressão sanguínea, lipídeos e inflamação
Várias pesquisas foram feitas em animais e humanos para estudar a influência dos açúcares na pressão sanguínea, os administrando por meio injetável e por ingestão. Apesar disso, os estudos são muito inconsistentes, mostrando que isso ainda é incerto.
É estabelecido que, quando usados para substituir os lipídeos da dieta, carboidratos podem elevar os níveis de triglicerídeos no plasma sanguíneo e diminuir os níveis de densidade lipoproteica, colesterol. Entretanto, o tipo de carboidrato parece influenciar no tipo de resposta lipídica.
Esses efeitos podem ser marcantes, é claro, em pessoas com sedentarismo, sobrepeso, síndrome metabólica e com dietas de baixo consumo de fibras. Há vários mecanismos pelos quais a frutose aumenta os níveis triglicéricos no pós-prandial, como a lipogênese, síntese dos triglicérides hepáticos, e secreção de lipoproteínas de baixa densidade.
Os estudos de número 58 a 60 citados nesse artigo, mostram que o consumo de alimentos (sólidos e líquidos) que possuem adição de açúcares tem levado a inflamação e a estresse oxidativo.

Açúcares da dieta e a obesidade
Os estudos ainda se mostram inconsistente quanto à isso, mas o que se sabe é que o consumo de bebidas adoçadas estão relacionadas com o aumento de massa corporal e baixo consumo de outros nutrientes. E quando há retirada dessas bebidas da dieta, há diminuição de peso.


         O caminho hedônico de recompensa alimentar
A palatabilidade do alimento disponível, indetermina os sinais de saciedade, motivando o consumo de energia superior ao necessário. Estudos mostraram que a sucralose no corpo pode alterar a produção de dopamina e a atividade de alguns neroutransmissores, o que causa esse efeito no consumo alimentar. Isso pode ser causado tanto por consumo de sucralose quanto de alimentos com alto teor de gordura. (A obesidade e estresse resulta em uma diminuição de receptores estriatais D2, o que diminuiu a neurotrasmissão da dopamina pela massa ativa.)

Líquidos X Sólidos
Em geral, não há diferença energética, mas foi comprovado que em uma dieta exclusivamente líquida, há maior aumento do peso corporal. Já que o corpo não vai gastar a energia que gastaria para “quebrar” um alimento sólido durante a digestão.

Adequação de nutrientes
Muitos fatores são levados em conta. Dentre eles, o sexo, a idade, altura, peso, o estado de saúde, alterações hormonais (como na TPM) a composição corporal, objetivo (manutenção corporal, perda ou ganho de massa) e o gasto energético. Mas basicamente é:
°    Carboidratos: 45 – 65% da dieta (<10% de açúcar simples)
°         Lipídeos: 15 – 30% da dieta
°         Proteínas: 15 – 20% da dieta
°         Fibras: 25 g/dia

Conclusões finais 
            Os carboidratos são essenciais para um bom funcionamento do organismo e são a principal fonte energética. Mas sua função só é efetiva, se o consumo for feito de forma correta.
Tanto o excesso quanto o baixo consumo pode trazer riscos à saúde. Mas não se pode esquecer que não é só a quantidade que é importante. A composição também importa, e muito. Escolher os tipos menos prejudiciais de açúcares para se consumir, por exemplo, é um passo para uma alimentação mais saudável. 


Artigo: “Intake of sugars and (cardiovascular) heath”
(sep/2009 – American Heart Association Nutrition Committee of the Council on Nutrition)


Postado por: Ana Luiza Campos

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