sábado, 11 de junho de 2011

Dieta do Dr. Atkins


          A dieta de Atkins é uma das dietas mais famosas presente no “mundo low carb”. Ela foi criada por um médico, Dr. Robert Atkins, no final dos anos 90, e até hoje causa muitas polêmicas. A popularidade desta dieta teve início com o lançamento de seu primeiro livro: "Dr. Atkins' Diet Revolution". Ela baseia-se na seguinte teoria de Dr. Atkins: a redução drástica no consumo de carboidratos pelo indivíduo forçaria seu organismo a utilizar o excesso de “gordura” como fonte de energia, ocasionando na perda de peso pelo mesmo. Outra teoria defendida por ele dizia que os carboidratos eram os responsáveis pela produção de insulina e que a mesma causava a conversão de carboidratos em gordura (tecido adiposo), ou seja, os carboidratos seriam os principais responsáveis pelo maior ganho de peso do indivíduo.
          A dieta de Atkins é divida em quatro fases:
          Indução: é a fase mais radical e dura 2 semanas. Nela, a pessoa deve limitar seu consumo de carboidratos a 20 gramas por dia, a fim de entrar em processo de cetose (produção de corpos cetônicos e ácidos graxos, devido a quebra de triacilglicerol do tecido adiposo) rapidamente, sendo, assim, a fase onde ocorre a perda de peso maior e mais rápida (cerca de 3 a 4 Kg). Nesta fase, o indivíduo pode comer todos os tipos de carnes e queijos e outros produtos ricos em gordura, podendo também consumir apenas os vegetais com baixo teor de carboidratos, como brócolis e alface, mas mesmo assim de forma limitada (três porções pequenas por dia).
          Perda de peso contínua: É uma fase de “teste”, pois ela tem o objetivo de determinar qual a quantidade de carboidratos máxima que faz com que o indivíduo perca peso. Nela, a ingestão de carboidratos pode ter um acréscimo de cinco gramas por dia e dura até que o peso da pessoa esteja 5 Kg acima do desejado.
       Pré manutenção: Nesta fase, a ingestão de carboidratos é aumentada gradativamente até que seja determina a quantidade que faça com que a pessoa não ganhe mais peso.
          Manutenção: Fase onde a pessoa é incentivada a manter os mesmos hábitos alimentares das fases anteriores para manter-se no peso desejado e não deve ser interrompida, podendo ocorrer à volta as fases anteriores da dieta. Deve ser mantida para o resto da vida.

          Como podemos observar, esta dieta tem um caráter bastante restritivo em relação à variedade de alimentos que podem ser ingeridos pelo indivíduo. Dentre as vantagens que podem ser observadas na prática desta dieta estão a inevitável perda de peso, causada pela redução na quantidade de calorias da dieta, a melhora inicial nos níveis de colesterol e glicose sanguíneos, provocados, principalmente, pela perda de peso, apesar de ser uma dieta rica em lipídios.
            Apesar disso, ela também pode trazer algumas desvantagens e efeitos colaterais para o organismo. A restrição na ingestão de carboidratos causa a perda de peso, porém, depois de um tempo sem o suprimento suficiente do macronutriente que é a principal fonte de energia do organismo, o corpo passará a degradar os próprios músculos para este fim. Ou seja, esta dieta provoca uma perda de massa muscular, o que não é saudável. A desidratação provocada pelo maior consumo de proteínas também justifica essa maior perda de peso na fase inicial da dieta. Percebe-se, também, que quando a pessoa para de praticar a dieta seu peso volta ao normal ou, até mesmo, aumenta ainda mais.
     Pessoas que utilizam essa dieta comumente apresentam carência de alguns micronutrientes que estão presentes em alimentos que são restringidos nessa dieta, como por exemplo, frutas, vegetais, grãos integrais e laticínios, que são grandes fontes de vitaminas e minerais vitais para o bom funcionamento do organismo.
           A longo prazo, o alto consumo de proteínas para suprir a baixa ingestão de carboidratos pode causar osteoporose, pois o cálcio presente no organismo deixa de ser utilizado e passa a ser excretado na urina, gerando maiores riscos de fraturas. Esta dieta também causa, a longo prazo, a sobrecarga do fígado e dos rins, pelo alto consumo de proteínas, que são os órgãos responsáveis por metabolizar os aminoácidos das proteínas e excretar o nitrogênio liberado neste processo.
           Outros efeitos colaterais observados em indivíduos que fazem uso de dietas com baixo consumo de carboidratos e alto consumo de proteínas são: fadiga, náusea, dores de cabeça, constipação e mau hálito, causados pelo acúmulo de cetonas no corpo.
           “De acordo com Keith Ayoob, doutor em educação, nutricionista registrado e diretor de nutrição do Rose F. Kennedy Center na Albert Einstein College of Medicine, o fato de que as pessoas geralmente perdem peso com o plano do Dr. Atkins não é necessariamente algo bom. Certamente a cetose pode ajudá-lo a perder peso, mas é também o que acontece quando as pessoas passam fome. Apesar do argumento do Dr. Atkins de que o corpo elimina muitas calorias extras na urina, um estudo publicado no Journal of the American Medical Association descobriu que apenas cerca de 100 calorias são eliminadas na urina diariamente.”
        Percebe-se, assim, que essa dieta funciona até certo ponto, porém, os efeitos colaterais e consequências que ela traz merecem ser levados em consideração na hora de decidir aderi-la ou não.


Postado por: Andressa Cristina

Nenhum comentário:

Postar um comentário